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Os reality shows musicais estrearam no Brasil em 2002, com o Fama, e desde então diversos programas do gênero foram ao ar nas emissoras de televisão aberta do país. Recentemente, o programa Superstar, da rede Globo, revelou a banda Malta como sua vencedora. Além da Malta, surgiram outras bandas no programa que se destacaram, como Suricato, Jamz e Luan e Forró Estilizado.
Mas o porque desses programas atraírem tanto a atenção do público? Segundo o repórter do setor musical do Diário Gaúcho, José Augusto Barros, esse sucesso se dá porque as bandas conseguem mobilizar um grande número de fãs para votar, garantindo a interatividade, e também porque o formato do programa, com jurados, auditório, um palco, shows das bandas, atrai sempre a curiosidade das pessoas.
Para o jornalista, as emissoras ainda vão continuar investindo em reality shows musicais porque eles dão boa audiência, trazem muitos patrocinadores e porque o formato interessa ao público: "Acredito que eles têm longa vida, principalmente pelo fato de a interatividade estar em alta, coisa que acredito que não irá diminuir. O telespectador gosta de votar, decidir, se sentir importante, torcer por determinada banda. E claro, terão futuro se continuarem gerando receita, condição indispensável."
"O que mudou com essa onda dos reality shows no país é que agora os milhares de técnicos de futebol viraram produtores musicais", acrescenta Rodrigo Nogueira, da banda Suricato.
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| Foto: Camila Serejo/TV Globo |
Para Ricardo Bisc, baterista da banda Tarcísio Meira's Band, esse tipo de programa pode alavancar a carreira de um músico, mas para isso o trabalho da banda tem que se bom: "O sucesso, se ocorrer, não é devido exclusivamente ao programa e sim da combinação da exposição proporcionada por ele com o conteúdo criado pela banda."
Falando da experiência da Tarcísio Meira's no programa, o baterista da banda fala que a visibilidade trazida pelo programa não era nem imaginada por eles: "Tínhamos um plano de crescimento, fazendo músicas novas, fazendo shows e lançando um disco este ano. Ir conquistando o público de Porto Alegre, região metropolitana e se espraiar pelo Rio Grande. Mas o programa nos proporcionou um atalho neste plano, de uma hora para outra ficamos conhecidos no Brasil todo."
Muitas vezes os vencedores desses reality shows acabam caindo no esquecimento, e não faltam exemplos disso. Para Ricardo, o programa não é absoluto na vida da banda e outras variáveis tem que ser levadas em conta: "Tudo depende da continuidade do trabalho do artista, de como o público o aceita e das oportunidades que aparecem. Claro que o vencedor de um reality show tem vantagem num primeiro momento sobre os outros participantes, justamente por ter maior visibilidade, mas num segundo momento tudo depende da equação trabalho, oportunidade e sorte."
No momento, está no ar a terceira temporada do The Voice Brasil, que teve Sam Alves como vencedor na edição passada. Sam, esse, que tenta manter-se nos holofotes e não ser mais um a cair no esquecimento.
Texto de Guilherme Wunder para o Blog do Wunder em 08/10/2014,
com atualização de Pietro Vlacic em 18/11/2014.
