MÚSICA VISUAL (+ ENTREVISTA): Paul Domingos, o cara por trás da Pexera

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Quem acompanha a cena musical brasileira com toda certeza já viu um videoclipe com as mãos de Paul Domingos. Sócio de uma das maiores produtoras brasileiras desse ramo, o cara já gravou, dirigiu e/ou produziu cerca de 50 videoclipes. 

O primeiro deles foi "Não Trocaria Um Sorvete de Flocos por Você", ainda pela sua ex-produtora, a Lunática, de 2011. O clipe estourou e foi aí que as coisas começaram a dar certo para o Paul.


 Convidado pelos então sócios da Pexera, Luringa, Daniel e Francesco, uniu seu trampo da Lunática à produtora, transformando em uma só. Pela Pexera, seu primeiro clipe foi "A Arte de Fazer Inimigos", da banda Gloria.



Com a crise no mercado e o fim da MTV, Paul acabou ficando sozinho na Pexera e, então, transformou-a na Px Produtora e Gravadora, junto com outros amigos. Nessa nova fase, um dos principais clipes dirigido (e escrito) por Paul é "Seu Lugar", do grupo Pollo.


Pra encerrar a coluna dessa semana com o Paul, preparamos uma entrevista exclusiva com o cara. Mas, antes disso, acesse a página da Pexera no Facebook e fique por dentro do trampo dos caras.

Tu iniciou no cinema, certo? Como tu entrou nesse ramo?
Meus pais tinham uma locadora, aí com 17 anos fui pra faculdade de cinema, mas fiz menos de 2 semestres... Não curti. Fui trabalhar em uma produtora de publicidade como assistente geral, ai fui me aprimorando e trocando de área, fiz câmera, edição, direção de arte, assistência de direção, até pegar uma peça publicitária pra dirigir, e por sorte ela ganhou um Cannes em 2008... eu tinha uns 20 anos, acho. Mas nunca curti publicidade... trabalhei como câmera no longa espanhol "O dilema do Prisioneiro" e como diretor de fotografia no "A Sinfonia de um Homem Só" do Cristiano Burlan. Aí em 2010 decidi abrir minha produtora junto com uns amigos em Suzano. Fiquei 1 ano lá aí resolver abrir a minha, a Lunática. Mas não queria fazer mais publicidade por ser uma arte muito limitada em vender... não era legal pra mim. Eu gosto de criar. Resolvi tentar com clipes por ser uma arte mais livre. Pode soar como uma cena de um filme se você quiser, usando a música como trilha sonora. Na verdade mesmo, clipe é um tipo de ensaio enquanto o cinema não chega. 
Qual foi o teu primeiro videoclipe? E quantos tu já fez, mais ou menos?
Então, meu primeiro clipe foi o "Não Trocaria um Sorvete de Flocos por Você", na metade de 2011. Graças a Deus e às cagadas do destino, o clipe estourou e me chamaram pra gravar o "Menina Estranha" da Restart, que até hoje acho que são meus favoritos. Isso ainda era na Lunática. Até hoje fiz uns 50 clipes.
Qual a principal diferença entre os clipes programados, com roteiro e/ou em estúdio com os ao vivo? Qual tu tem mais prazer em fazer?
Cara, eu gosto de contar história. Vim e quero voltar pro cinema, minha linguagem é essa. Nunca gostei muito de fazer nem assistir clipes com a banda tocando, então sempre que posso fujo disso. Acho estranho, não sei, fingir que está tocando, sabe? Entendo que muita gente goste, mas acho que um dia na história alguém importante que faz isso a anos vai parar, olhar, coçar a cabeça e falar "que baguio chato".
Tu começou com que idade e tá há quanto tempo nesse ramo?
Entrei na faculdade com 17, com 18 comecei a trabalhar na Magus, depois na Ys, passei por mais umas 5 até fundar a Wyvern em Suzado, mas saí fora pra montar a minha própria produtora com uns 20, 21... A Lunática durou até eu entrar na Pexera, em 2012. Hoje tenho 26 anos.
Pra esse teu plano de voltar ao cinema tu inclui algo relacionado a música? Uma homenagem a algum artista, uma música, CD, etc...?
Cara, na verdade não. Levo cinema meio a sério, sabe? Tenho alguns projetos de longa, o primeiro que quero fazer esse ano ainda é o "Fábrica de Sinos", sobre uma cantora aposentada e sua filha, e um que meu pai escreveu chamado "BR3", sobre um posto de gasolina em uma estradinha deserta quase falindo. Nos meus projetos a única história que envolve um artista de verdade é uma ficção sobre o Elvis não ter morrido.
Qual seria "o segredo" para o sucesso da Pexera? Como é o processo de trabalho de vocês?
Mano, segredo do sucesso meio que não existe. É trabalhar, tentar inovar, não parar nunca, trabalhar. Pensar além, sabe? Tem muita gente boa fazendo a mesma coisa, muita gente muito melhor que eu. Pela lógica, era pra eu não ter conseguido muita coisa nesses anos, mas eu não paro, porque eu não faço por dinheiro. Nunca fiz, na verdade. Dinheiro é consequência. Eu gosto de contar história, de por pra fora o que minha cabeça me atormenta da melhor forma que conseguir. Pra mim, a Pexera não deu certo ainda... Não é só isso, sabe? Não quero ser a produtora de clipes mais conhecida de São Paulo, quero ser a mais conhecida do mundo, mesmo que eu migre pro cinema, queremos deixar uma curva na história, um "antes era assim, agora não é mais". Pode soar meio pretencioso da nossa parte, mas conseguir ou não isso nem é o nosso foco, nosso foco de verdade é não parar de tentar. Conseguir ou não é o universo que decide, queremos só ir o mais longe que a gente puder, nos divertindo, claro.



Pietro Vlacic
Diretor Geral - The Press, Ah!
pietro@thepressah.com.br

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Diretor-geral

Estudante de jornalismo, fotógrafo e videomaker por paixão. Sempre gostou de música e nunca soube tocar nada, então escreve e produz sobre para fomentar o cenário.